terça-feira, 1 de maio de 2012

Último Sermão do Pr. Onerson, pregado no dia 11 de Dezembro de 2011...

Último sermão  pregado na IPR Leme



AFIM DE QUE UMA IGREJA TENHA ENTUSIASMO EM SEU CULTO...
Texto: Atos 2:46,47.
Introdução: vivemos em um mundo entusiasmado. A “alegria” contagiante dessa geração embala as noites badaladas das festas e baladas. Um entusiasmo e uma disposição incrível para torrar dinheiro, saúde e energia por uns meros mementos fugazes de prazer relativo, pois na manhã seguinte se anseia por mais uma dose dessa experiência no anseio de tentar preencher o vazio ou até mesmo o grande buraco negro que há dentro de si.
Um dia essas mesmas pessoas encontram o verdadeiro sentido da felicidade em Jesus, mas pasmem, já não há nenhuma disposição em dedicar-se à aquele que lhe deu o verdadeiro sentido da vida. Seu dinheiro já está comprometido, sua energia já não é a mesma, não pode participar de vigílias, cultos semanais de oração sejam lá o que for. Afirmam: “meu dinheiro é suado, não é para alimentar pastor”, OK! Mas, um dia serviu para alimentar o dono do bar e financiar reino demoníaco de satanás neste mundo...
O que falta em nossas igrejas? Talvez o que mais nos falte sejam crentes que estejam entusiasmados com a glória de Deus. Somos capazes de nos entusiasmarmos, com o campeonato brasileiro, com o nosso trabalho, com a festa de rodeio, com shows gospel ou não, enfim, nos entusiasmamos com as mais diversas atividades de nosso cotidiano, porém, onde se encontra nosso entusiasmo pela adoração a Deus, por participarmos da comunhão com os irmãos. O que falta para que nossa igreja tenha entusiasmo nos cultos? Para responder esta pergunto vamos à igreja mais entusiasmada de todos os tempos, a igreja primitiva...
1)      É preciso ter prazer de estar na casa de Deus – VS.46.
A primeira resposta da igreja primitiva é que precisamos ter prazer de estar na casa de Deus.
a.      O culto era uma delícia. Eles amavam a casa de Deus (Sl 84 e 27:4).
b.      Uma igreja viva tem alegria em estar na casa de Deus para adorá-lo.
c.       A comunhão no templo é uma das marcas da igreja ao longo dos séculos – vs.42,44.
Aplicação: de quem depende nosso prazer de estar na casa de Deus? Será que depende do pastor, das músicas que cantamos ou dos músicos que cantam e tocam? Depende da classe social que freqüenta a igreja? Se o pastor é gordo ou magro, alto ou baixo, fala demais ou fala pouco? Todos esses são argumentos para salientar nossas desculpas, é só mais um meio de tentar calar nossa consciência, pois o que nos falta mesmo é a alegria de estar na comunhão de Deus. Não há como ter uma vida de comunhão como Senhor e ao mesmo tempo estar desanimado de estar em sua casa. No fim, então, o que determina minha falta de entusiasmo é minha falta de comunhão com o próprio Deus. Logo, o remédio é buscar ao Senhor na intimidade da minha casa, dedicar-lhe minha vida e tempo em intimidade, com a porta fechada, pois quando a porta se abrir por ali passará um coração cheio do poder e do entusiasmo do Espírito Santo de Deus. Era essa a razão da alegria de estar no templo, estar cheio do Espírito de Deus.
  2)      É preciso ter um louvor constante – VS.47.
A segunda resposta da igreja primitiva que nos esclarece sobre seu entusiasmo no culto é que ela tinha um louvor constante. Eles não estavam ligados a circunstancias, mas a glória de Deus.
a.      Uma igreja alegre canta. Os muçulmanos são mais de um bilhão. Eles não cantam.
b.      Uma igreja viva tem um louvor fervoroso, contagiante, restaurador, sincero e verdadeiro.
c.       O louvor que agrada a Deus tem sua origem em Deus, tem o único propósito de exaltar a Deus e como resultado produz quebrantamento nos corações.
Aplicação: Um louvor constante está intimamente relacionado com o conhecimento de Deus.  O conhecimento de Deus é o princípio, o começo de nosso louvor, de nossa adoração. Se esse princípio for equivocado, todo restante também o será. É como a história de uma mulher que quando se vestia numa certa manhã, não observou que ao abotoar seu casaco colocou o primeiro dos botões na segunda casa e assim sucessivamente por treze vezes, por fim, descobriu que um dos botões havia sobrado, então percebeu o que estava fazendo. Eu pergunto: Quantos erros ela cometeu? Um ou treze? Treze, porque ela havia cometido um erro fundamental no começo. Assim também, é o nosso louvor e a nossa adoração, se nosso começo ou ponto de partida não estiver em Deus e em quem Ele é, todo restante estará comprometido. Um estilo de música, uma performance pastoral ou do ministro de louvor, se o som está alto ou baixo, se eu vou ter oportunidade ou não, se eu terei algum tipo de participação no culto, quem vai pregar, quem vai estar lá, se tem campanha de libertação, prosperidade e cura e etc... TUDO SE TORNA MAIS IMPORTANTE QUE O VERDADEIRO SENTIDO DO LOUVOR E DA ADORAÇÃO, A SABER, DEUS.
Precisamos voltar ao princípio se nosso louvor não tem sido constante, precisamos nos perguntar: quem é esse Deus na minha vida? Quem é o Deus da Bíblia?  Precisamos aprender com os salmistas como Davi que diz: “Inclina, SENHOR, os ouvidos e responde-me, pois estou aflito e necessitado”. Mas que no mesmo salmo pode dizer: “...tu, SENHOR,  és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam... não há entre os deuses semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compare as tuas obras” (Sl 86:1,5,8). Quando conhecemos a Deus nossas aflições e necessidades são convertidas em louvor e glória ao Senhor, nós podemos expressar confiança, nós podemos ter esperança, nós podemos cantar e dançar diante de nossos adversários porque sabemos que nosso Deus é todo poderoso, soberano, onipotente, onipresente, onisciente, eterno, santo, imutável, misericordioso, bondoso, amável e etc e etc para todo sempre amém! É ele que cuida de mim, por isso, não há motivo para parar de louvá-lo!
   3)      É preciso ter uma alegria ultra-circunstancial – VS.46.
a.      A igreja transbordava de alegria:
                                            i.     Atos 5:40-42 – os apóstolos são açoitados pelo sinédrio e retiram-se regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus;
                                          ii.     Atos 6:15 – Estevão na hora da morte vê a Jesus e seu rosto se transfigura como rosto de anjo;
                                        iii.     Atos 13:52 – Os discípulos em Antioquia da Pisídia, mesmo perseguidos, transbordavam de alegria e do Espírito Santo.
b.      Uma igreja que mistura sofrimento com adoração.
Aplicação: Talvez esteja pairando por sua mente neste momento a seguinte afirmativa: é pastor, mas os dias são outros, vivemos num tempo diferente... Talvez você tenha razão! Todavia, embora não soframos perseguição no Brasil, a alegria do povo de Deus ainda assim não vai além das circunstancias, e pior, nossas circunstancias se comparadas aos da igreja primitiva, se tornam ridículas, sem razão de ser. E qual a diferença entre eles e nós? Bem, hoje vemos uma grande multidão de ditos “cristãos” correndo atrás de alguma coisa que os possa satisfazer os anseios do coração: muitos estão na igreja porque querem salvar seu casamento, conquistar um grande amor, ser um empresário, ter uma carreira de sucesso, uma casa própria, fazer alguma atividade que lhe cause bem, enfim, estão focados na terra, com coisas da terra que na terra ficarão, e isso faz com que Deus e a igreja seja somente um meio pelo qual eu satisfaço os meus desejos nesta vida. Entretanto, para a igreja primitiva essas coisas já não faziam mais sentido. Eles estavam focados no reino dos céus, com coisas que ninguém na terra os poderia tirar, pois pela eternidade os acompanharia.
Qual é o problema aqui? Bom, o argumento é o mesmo do tópico anterior, o problema está no começo. A questão é qual é a fonte da alegria? Para um, a fonte é o prazer nas coisas para si mesmo, para o outro, é o prazer nas coisas de Deus. Para um, sua alegria está nas coisas deste mundo, para outro, a alegria está nas coisas do céu.
Para igreja primitiva, a fonte da alegria residia na salvação em Jesus Cristo. Por isso, açoites, perseguições, necessidades, aflições ou até mesmo a morte não podiam lhes roubar a alegria em Deus, o Senhor não era um meio pelo qual podiam adquirir alegria, mas Ele próprio era a alegria do seu povo, a fonte e a causa primária da alegria.
Por isso irmãos, precisamos sondar os nossos corações a fim de conhecer que fonte tem movido nossa alegria. Qual é a causa primária do nosso bem estar. Estejamos cientes de que como nos responde o catecismo Maior em sua primeira pergunta: “O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus (Rm 11.36; I Co 10. 31) e gozá-lo para sempre” (Sl 73. 24- 26; Jo 17. 22- 24). Que possamos ser motivos da glória de Deus e por alvos de sua graça e misericórdia na manutenção de nossa alegria, amém!

0 comentários: